Já se discutiu no passado a possibilidade de negociação de ações emitidas por companhias estrangeiras no mercado brasileiro de valores mobiliários. Hoje esta negociação somente ocorre por intermédio de programas de certificados de depósito de valores mobiliários, ou Brazilian depositary receipts (BDRs).BDRs são valores mobiliários emitidos com lastro em valores mobiliários de emissão de companhias abertas ou assemelhadas com sede no exterior e emitidos por instituição depositária no Brasil. Os programas de depositary receipts podem ser patrocinados ou não patrocinados. Serão patrocinados quando instituídos por uma única instituição depositária, contratada pela companhia emissora dos valores mobiliários que servem de lastro aos certificados e se > Os programas de BDRs patrocinados enfrentam problemas de liquidez, entre outros, devido à  regulamentação cambial vigente, que impede o investidor estrangeiro de comprar ações da companhia patrocinadora do programa em seu país de origem e transformá-las em BDRs. Espera-se que a regulamentação seja alterada em breve e que, permitida a conversibilidade das ações em BDRs, os programas passem a contar com maior atratividade e liquidez. Já os programas de BDRs não patrocinados fizeram sua estréia na BM&FBovespa em 2010 e vê-se com otimismo a sua negociação.  Por outro lado, ações emitidas por companhias brasileiras são negociadas no exterior tanto diretamente quanto por intermédio de programas de depositary receipts. Cite-se como exemplo de ações de emissão de companhias brasileiras negociadas diretamente no exterior as ações da Vale, Petrobras, Eletrobras, Usiminas e Gerdau, que são negociadas no Latibex, mercado internacional criado em dezembro de 1999 e dedicado exclusivamente a valores mobiliários de emissão de companhias latino-americanas. A negociação de depositary receipts representativos de ações emitidas por companhias abertas brasileiras em bolsa de valores no exterior, por sua vez, requer a celebração de convênio entre a bolsa nacional e a estrangeira. Em relação a esta exigência, as companhias brasileiras recentemente passaram a contar com mais uma alternativa para a listagem de suas ações no exterior e um facilitador no complexo processo de listagem em outros mercados, que é a celebração do convênio entre a BM&FBovespa e a Bolsa Valores de Hong Kong, no âmbito do processo de listagem de depositary receipts da Vale naquele mercado, abrindo as portas para outras companhias brasileiras, desde que cumpridas as demais exigências da regulamentação local.    Sem dúvida, os esforços para fomentar a liquidez dos BDRs são muito bem-vindos e parte importante do crescimento do nosso mercado de valores mobiliários. Do mesmo modo, a celebração de novos convênios aumenta a presença de valores mobiliários emitidas por companhias brasileiras no exterior. O que se pergunta é: será que estes esforços culminarão na existência de um mercado de valores mobiliários sem fronteiras, onde ações de companhias abertas serão negociadas diretamente em qualquer mercado? (Britcham Brasil - www.britcham.com.br 06.10.2011) (Notícia na Íntegra)