Por Assis Moreira
O Brasil assumirá a presidência-executiva do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o chamado Banco dos Brics, em julho do ano que vem, para um mandato de cinco anos que deverá coincidir com um movimento de expansão da instituição.
A sugestão do nome brasileiro, para aprovação pelos outros países sócios (China, Índia, Rússia e África do Sul), deverá estar na agenda da cúpula dos Brics em novembro, em Brasília. No entanto, o anúncio do novo chefe executivo só é esperado para o ano que vem.
Na conferência anual da instituição, encerrada ontem na Cidade do Cabo, África do Sul, entre certos observadores três nomes circularam como potenciais candidatos para substituir o indiano K.V. Kamath. Um deles é o de Roberto Fendt, com trajetória importante na relação com a China e doutorado em economia em Chicago, assim como seu amigo Paulo Guedes, ministro da Economia, que terá papel importante na seleção do nome.
Outro nome é o de Marcos Troyjo, secretário de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, que dirigiu por oito anos o BricLab, centro de estudos sobre Brasil, Rússia, Índia e China na Columbia University em Nova York (EUA), com foco em políticas públicas, investimentos etc. Pelo seu cargo, Troyjo é atualmente presidente do Conselho de Diretores do banco.
Perguntado se era candidato, Troyjo respondeu: "Não. Meu objetivo é colaborar com o sucesso da administração do ministro Paulo Guedes nos próximos quatro anos". Também é apontado como um candidato natural o atual vice-presidente pelo Brasil no banco, Sarquis J. B. Sarquis. É diplomata e doutor em economia, com foco em finanças. Ele assumiu a área de risco, pesquisa, estratégia e parcerias do NBD após sete meses de ausência de um brasileiro na direção do banco, no rastro da demissão complicada de Paulo Nogueira Batista. Funcionário do banco, Sarquis evita o tema de sucessão.
A expectativa é que, até a posse do presidente brasileiro, já esteja decidida a lista de 20 países que poderão se tornar sócios do banco e elevar o capital da instituição.
O novo mandato coincidirá também com a expansão de transações do banco no mercado brasileiro. E isso atraiu a participação de vários Advogados brasileiros na conferência anual na Cidade do Cabo.
Seis escritórios - Machado meyer, Tozzini freire, Stocche Forbes, Pinheiro neto, Demarest e Proskauer - enviaram no total 11 Advogados ao encontro. Antonio Piccirillo, diretor no Brasil do escritório americano Proskauer, vê uma forte indicação de que o banco está pronto a aumentar as atividades no Brasil "e isso sempre exige atuação de Advogados para tratar da documentação".
"Advogados de project finance veem no NBD uma fonte boa de negócios e tem também uma satisfação pessoal, porque são projetos de desenvolvimento sustentável", acrescenta Adriano Schnur G. Ferreira, do escritório Machado Meyer.
O NBD considera que oferece condições atrativas de financiamento. Para soberanos, o custo é de Libor de três meses (atualmente em 2,58%) mais 0,65%. O custo para empresas privadas varia. Mas uma fonte diz que bancos multilaterais cobram, no mínimo, Libor mais 3%.
Valor Econômico
https://www.valor.com.br/financas/6194677/brasileiro-deve-assumir-presidencia-do-nbd-dos-brics-no-proximo-ano
(Notícia na Íntegra)