Por Patricia Schiaveto
Analista do Machado,
Meyer, Sendacz e Opice AdvogadosÉ um pouco
difícil explicar o mercado jurídico nos dias atuais. Mais difícil ainda tentar
mensurar a efetividade de um trabalho de comunicação em um meio tão
diferenciado. E aqui cabe uma pausa: não que o mercado seja restrito; apenas as
possibilidades tradicionais de comunicação.
Explico:
se em uma empresa que presta serviços o produto já é intangível, no mercado da
advocacia é ainda mais. Apesar de prestar também um serviço, que exige
qualidade, conhecimento técnico, desenvolvimento humano, entre outras
características, os escritórios de advocacia ainda "sofrem" com um paradigma:
são uma sociedade - com uma infinidade de "donos do negócio", que possuem o
mesmo peso decisório -ou uma empresa - com toda a burocracia, hierarquia e
grandeza que esse tipo de estrutura exige?
Eu diria
que um escritório de advocacia, nos dias atuais, é uma mescla disso tudo e, por
isso, muito complexo. Ao mesmo tempo em que não pode ser considerado uma
empresa, tem toda a estrutura tecnológica, organizacional, de capital humano e
de desenvolvimento que uma grande companhia. Essa complexidade torna o trabalho
de comunicação um pouco mais complicado.
As
exigências aos advogados dessas grandes firmas acabam por ser muito mais
sofisticadas e, estranhamente abrangentes, pois os obrigam a ultrapassar o
conhecimento jurídico e a adentrar o mundo corporativo, para serem capazes de
acompanhar as demandas de exposição da marca. Até por isso, diz-se,
ironicamente, que os escritórios de advocacia precisam de "empresários
experientes e perspicazes, que também sejam advogados".
O
mercado jurídico mudou e, por óbvio, sua forma de se mostrar ao mundo também. A
comunicação para os escritórios de advocacia passou a existir, de fato, porque
se tornou vital. Não basta mais oferecer serviços de qualidade, conhecer o
cliente e adaptar sua consultoria exatamente para atender às necessidades e
expectativas dele, é preciso ir além. E, ainda bem, temos à disposição novas
tecnologias, internet, redes sociais e uma infinidade de recursos que nos
ajudam a criar sinergia e se integrar de maneira profunda com estes parceiros.
O
Facebook e o Twitter, por exemplo, foram redes que serviram como portas de
entrada das empresas para essa "vida social na internet". Com a popularidade
desses meios, as companhias viram nessas plataformas caminhos interessantes de
desburocratizar a comunicação entre cliente e empresa, monitorar marcas e
produtos, impulsionar vendas, ou seja, aproximar público alvo e marca.
Embora
com um pouco mais de restrição e timidez, não é diferente com os escritórios de
advocacia. A palavra para os jogadores desse segmento é engajamento: engajar as
pessoas que sentem simpatia pela marca, pelos serviços e, principalmente, pelos
valores que dissemina.
Obviamente,
entrar nesse terreno é como pisar em areia movediça - requer muito cuidado e
dedicação para não "afundar". Não se pode deixar de dar atenção a outras
ferramentas, como o Twitter, o Youtube, o Linkedin e até o Instagram, pois cada
meio alcança um público e tem linguagem própria, e é preciso elaborar uma
estratégia para cada um.
Essa é
uma trilha que os escritórios de advocacia ainda estão começando, mas que,
certamente, vão evoluir. Na era do Marketing 3.0 é fundamental "ser visto", é
preciso promover continuamente seu negócio, permanecer no inconsciente dos
clientes e futuros clientes, e mais, é vital estar posicionado entre todos os
agentes desse mercado, sejam eles prospects ou não. No caso de escritórios de
advocacia, isso significa pensar estrategicamente formas de se apresentar ao
mercado, ou seja, "pensar fora da caixinha", bem como contribuir para o
desenvolvimento de temas importantes para o segmento. Para quem quer construir
um relacionamento sério com o sucesso é essencial desenvolver um caso de amor com
o fortalecimento da sua marca.
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Analista de Comunicação Pleno do Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados.JOTA BR - 04.02.2015