Por Maria Cristina Frias

A licitação de um fundo de investimento imobiliário lastreado em imóveis da União é vista com bons olhos pelo setor privado, mas há fragilidades no texto colocado em consulta pública na última quarta (21), segundo advogados.

A minuta prevê que um terceiro administre uma carteira de 104 imóveis avaliados em R$ 383,161 milhões.

“A ideia de criar um fundo é extremamente válida, mas da forma como foi publicada, toda a estrutura pode se tornar inócua", segundo Eduardo Herszkowicz, sócio do escritório Cescon Barrieu.

Entre as preocupações estão a necessidade das decisões passarem por um comitê, que deverá incluir indicados pelo governo, e o prazo de dois anos, que é considerado curto para que sejam apresentados resultados satisfatórios, diz ele.

“Os administradores do fundo vão ter de olhar cuidadosamente a lista de imóveis porque prédios públicos não necessariamente têm registro, diferentemente de particulares", diz Ivana Coelho Bomfim, sócia do Machado Meyer.

Todos os questionamentos serão analisados e decididos após a consulta pública, segundo Sidrack Correia, à frente da SPU (Secretaria do Patrimônio da União).

“A situação dos imóveis é muito bem resolvida. Fizemos vários estudos [ao montar a lista] e eles se encontram em normalidade jurídica e documental, sem pendências com registros", afirma.

“O governo se inspirou em estruturas existentes no mercado privado.'' A SPU prepara novas medidas para reduzir o montante pago em aluguéis - há uma negociação com a Caixa para criar fundos, diz ele.

Sobe e desce hoteleiro

O mês de outubro foi de sinais invertidos para o setor hoteleiro: regiões que enfrentam retração ao longo deste ano tiveram uma melhora, enquanto São Paulo, em melhor situação, teve queda nos indicadores.

A taxa de ocupação na capital paulista caiu 3,5% em relação a setembro, enquanto o Rio, que atravessa uma crise devido à superoferta, teve alta de 9,9%, segundo o Fohb (que reúne grandes redes).

A oscilação é pontual e não indica uma tendência, de acordo com a entidade.

Próxima fornada

A fabricante mexicana de pães Bimbo, dona das marcas Pullman e Nutrella, planeja lançar 25 produtos, entre itens recém-criados e em novas versões, no ano que vem no Brasil.

A empresa não deverá construir novas fábricas ou fazer expansões a curto prazo, apesar do crescimento dos negócios, segundo Bernardo Serna Gamez, presidente da companhia no país.

“Temos capacidade disponível para crescer dois dígitos nos próximos 3 ou 4 anos, a não ser que a economia decole a uma velocidade muito rápida, o que também seria muito bom”, diz ele.

Cerca de 5% do faturamento da multinacional no Brasil é destinada a investimentos —a empresa não revela a receita local.

4.000
é o número aproximado de funcionários no país

6
são as fábricas, distribuídas em 5 estados

$ 211,9 bilhões
(cerca de R$ 39,77 bilhões) foi o faturamento global de janeiro a setembro de 2018

Malhação em espanhol

A rede de academias de ginástica Bluefit investirá R$ 70 milhões em seu plano de expansão no próximo ano. A empresa abrirá cinco operações na Colômbia e 35 no Brasil.

“Encerraremos 2018 com 60 unidades. Temos ainda dez em obras que estavam planejadas para este ano, mas serão inauguradas no próximo trimestre”, afirma o diretor-executivo, Fernando Nero.

“Escolhemos a Colômbia para iniciar a expansão internacional porque é um país com alto índice de praticantes de atividade física e boas taxas de crescimento econômico. O potencial é para até 80 lojas no país”, diz.

Das 40 novas lojas da marca, 15 serão próprias e o restante, franquias. Cerca de R$ 30 milhões do aporte previsto terão origem em alavancagem.

“Temos conversas para a entrada de um sócio, queremos levantar R$ 140 milhões para financiar a expansão.”

A relação atual entre dívida e EBITDA (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia é 1,5 vez.

120 mil
são os clientes matriculados

Folha de S. Paulo
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/mercadoaberto/2018/11/fundo-imobiliario-da-uniao-tem-falhas-dizem-advogados.shtml
(Notícia na Íntegra)