A uma semana do Natal, os craques que vestem as cores vermelha e preta do Machado Meyer já levaram um presentão para a casa: parece que o Papai Noel viu que eles foram bonzinhos durante todo o ano, jogaram bem, tomaram poucos cartões e fizeram muitos gols. Por essa razão, o bom velhinho resolveu adiantar a surpresa e todos voltaram para casa com mais uma medalha no peito e um caneco para a sala de troféus.Antes de a bola rolar, o clima era de profundo respeito. Afinal, ali estavam duas das maiores equipes que já disputaram a Liga Jurídica. E o retrospecto de ambos os selecionados para esse encontro derradeiro era de deixar qualquer um com o queixo caído. O Aidar chegava à sua primeira decisão, porém, grande parte dos atletas já sentiram o gostinho da vitória, pois haviam conquistado três lugares máximos no pódio jurídico pelo Felsberg (2005, 2008 e 2010). O Machado, por sua vez, é a equipe que mais levantou taças na jovem, porém muito rica, história da liga (2001, 2002, 2003, 2004 e 2009).Os atletas também mantiveram um discurso acanhado antes da decisão. Erich, do Aidar SBZ era só elogios ao adversário. "Estou muito ansioso para essa partida. Vamos pegar um time muito bom. Mas devemos jogar da mesma maneira que fizemos nos últimos confrontos para manter o 100% de aproveitamento". Do outro lado do campo, Vanderlei concordava em gênero, número e grau. "Essa é uma grande final. Nosso time está muito motivado. Nosso maior objetivo é honrar a tradição do Machado Meyer". Os jogadores da equipe vermelha sabiam muito bem o que deveriam fazer para derrotar o grande adversário da noite. Isso fica provado na fala - anterior ao embate - de Vanderlei. "Temos que jogar para marcar o primeiro gol e depois atuar no nosso estilo", completa.Quando o juiz assoprou pela primeira vez o apito, um verdadeiro show de bola começou. Os dois combinados começaram com tudo e já criavam ótimas oportunidades de inaugurar o marcador antes dos cinco minutos iniciais. Mas a torcida, presente em grande número dos dois lados, teve que esperar mais oito minutos para soltar o grito de gol. O Machado tinha um escanteio pela direita, que foi finalizado com maestria pelos pés de Lucas Homem de Melo. O camisa 14 fez um gol de bicicleta, digno de Leônidas da Silva nos áureos tempos do São Paulo dos anos 40.Depois do gol, o Machado Meyer adotou a tática da segurança: se fechou atrás e qualquer bola respingada era sinônimo de chutão. Afinal, bola pro mato que o jogo é de campeonato! Mas o time que tinha a vantagem mínima exagerou no número de faltas, algumas até mesmo violentas. Tanto é que no segundo tempo, João Batista levou o cartão vermelho após entrada dura em Bruno Landini na intermediária.Falando na segunda etapa, foi aí que o jogo pegou fogo: o Aidar foi pra cima com tudo e mais um pouco e martelou bastante. Porém, a falta de sorte nas bolas que raspavam a trave e a atuação majestosa do grande goleiro Marcos D?Angelo impediram o sopro de reação da equipe alva. O Machado nem rascunhou um contra-ataque. Eram os onze jogadores numa aplicação tática invejável, lutando e guerreando pela glória da primeira colocação. No final, o suor e a garra mostradas pelo Machado se sobrepuseram a qualquer tentativa do Aidar. Fim de um jogo que passou muito rápido ? fenômeno que acontece quando ele é bom. E, 1, 2, 3, 4, 5... 6! O Machado é hexacampeão!Na hora da entrega dos prêmios, uma bonita comemoração entre jogadores do Machado e do Aidar, que mostraram o verdadeiro espírito da Liga Jurídica: mais que um jogo, a amizade e o companheirismo de indivíduos que escolheram trilhar profissões parecidas e que resolveram se unir para um momento de diversão e esporte. Antes da entrega das medalhas, os destaques individuais foram laureados. O melhor goleiro da competição foi Marcos D?Angelo, do Machado. O craque das luvas também ganhou o troféu de melhor jogador da Liga. O artilheiro foi o rápido Rafael Sacucci, do Aidar, com 9 gols. Esse não cansa de levar canecos para casa!Durante a comemoração, os depoimentos foram de total esportividade. Márcio, grande treinador do Aidar, elogiou a qualidade técnica da Liga. "Foi um campeonato muito disputado, de muito bom futebol. Mas, às vezes, o esporte não é justo. Parabéns ao Machado que soube ganhar do nosso time!"Com a medalha no peito Jesus, zagueiro do Machado, revelou a importância dos treinos para esse resultado. "Ganhamos a final por conta da questão tática. Treinamos durante a semana todas as opções, até o caso de termos um jogador expulso, o que acabou acontecendo". O capitão Paulinho, companheiro de zaga de Jesus em boa parte do jogo, enalteceu o trabalho do Machado no ano de 2011. "Foi muito difícil. Essas eram as duas equipes mais bem preparadas, com absoluta certeza. O time do Machado sai ainda maior depois de mais essa conquista", finaliza.Bom, o ano de 2011 foi muito intenso na Liga Jurídica. O que esperar de 2012? Previsões dos Maias à parte, teremos mais uma temporada desse campeonato maravilhoso, com grandes equipes e muitos gols, mas, acima de tudo, um espírito esportivo de amizade!Por André Biernath(Liga Jurídica 20.12.2011)(Notícia na Íntegra)