Na avaliação de especialistas, certame traz mensagem positiva para os próximos projetos de infraestrutura
Ao contrário do que ocorreu nos últimos leilões em que empresas desconhecidas venceram importantes aeroportos, desta vez o mercado não tem do que reclamar. Operadores europeus garantiram o sucesso do leilão desta quinta-feira, 16, ao arrematarem os aeroportos de Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Fortaleza. “São todas empresas com tradição no exterior e presença em aeroportos que são muito bem avaliados”, disse Wellington Moreira Franco, após a disputa, na BM&FBovespa.
Embora o número de proponentes tenha sido bastante reduzido – apenas três propostas frente aos mais de 12 operadores que ao longo do processo de licitação mostraram interesse na concorrência –, foi um número suficiente para garantir que todos os ativos fossem concedidos. E era o que bastava para o governo.
Especialistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, consideraram o resultado positivo, mas sem surpresas. “O que importa não é a quantidade, mas a qualidade das propostas, e os três players são de primeiríssima linha e demonstram a atratividade dos ativos para investidores de longo prazo”, disse o sócio do escritório Mattos Filho para a área de infraestrutura Bruno Werneck.
Ambiente positivo. Para ele, o certame foi um marco positivo para o setor de infraestrutura no País, porque contribui para gerar um ambiente mais positivo para a atração de investimentos. “O importante deste leilão é retomar a visão de investimento em infraestrutura, de que não se está investindo em uma roleta ou um cassino, mas em um projeto de longo prazo, que não tem retorno altíssimo, mas um retorno previsível”, completou.
A sócia do Tozzini Freire Advogados na área de Infraestrutura, Ana Cândida Carvalho, também destaca o clima otimista que o leilão traz. “O resultado foi muito positivo, não só no aspecto de garantir ao governo um ágio em linha com o esperado, mas principalmente por passar uma mensagem positiva para os próximos projetos na esteira do PPI (Programa de Parceria de Investimentos)”, avaliou.
“Foi mais ou menos tudo dentro do esperado: ágios não tão grandes como em outras rodadas, pelas características da modelagem atual, que inibia lances mais altos, mas todos os valores consideráveis, mostrando que tem apetite para os investidores”, avaliou o sócio de Aviação do Machado Meyer Fábio Falkenburger.
(O Estado de S. Paulo)
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