A oferta pública inicial de ações em Bolsa de Valores (IPO, na sigla em inglês) segue em ritmo aquecido. Gustavo Rugani, sócio da área de mercado de capitais do Machado Meyer Advogados - 1 dos 4 maiores escritórios do ramo - diz que o movimento lembra o de 2006 e 2007. Entre a semana passada e esta, Rugani fechou 2 negócios e enviou proposta a um terceiro - incluindo ofertas primárias, secundárias, follow-ons etc. Em 12 meses, foram 46 operações de equity no escritório, com destaque para os setores de Saúde, Agronegócios e Tecnologia (especialmente voltada à área financeira).
Em conversa com a coluna, Rugani disse acreditar que o ritmo continuará no primeiro semestre de 2022. No segundo semestre, porém, o movimento pode arrefecer, devido às incertezas eleitorais. Outro fator que deve influenciar é a alta da taxa de juros, que influencia o retorno e deixa o investidor mais seletivo.
Uma ferramenta amplificada pela pandemia veio para ficar nos IPOs: as reuniões virtuais, que substituíram com vantagem os road shows, visitas que os responsáveis pela empresa que lança ações fazia em várias localidades. Através das teleconferências, evita-se o deslocamento, ganhando tempo.
Rugani comenta que uma forma de oferta em alta nos EUA está para ser feita no Brasil: o Spac (de special purpose acquisition company, ou sociedade com propósito de aquisição específico), mais conhecido como "cheque em branco". Trata-se de um lançamento sem destino específico: a companhia que faz o IPO se compromete a, em 2 anos, adquirir ou fazer a fusão com outras empresas.
Jornalista: OLIVEIRA, Marcos de
(Monitor Mercantil - 13.08.2021)