Faz um ano que o querido amigo Eugênio da Costa e Silva deixou nosso convívio, porém sua afeição, entusiasmo, dedicação e exemplo de grande pai, amigo e profissional continuam, com seu brilho e sua luz, orientando aqueles que foram abençoados com a sua amizade. Eugênio da Costa e Silva nasceu em Pernambuco, mudou-se, ainda na infância, para Brasília.
Completou os seus estudos no Colégio Sigma e, em seguida, formou-se Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1990, no Centro de Ensino Unificado de Brasília. Exerceu a função de Assessor Legislativo na Câmara dos Deputados. Em 1996, realizou seus estudos de pósgraduação na Universidade de Edimburgo, na Escócia, e no Instituto de Estudos Avançados das Nações Unidas, em Tóquio, no Japão, obtendo o seu grau de Doutor em Direito.
Ao regressar para o Brasil exerceu as funções de assessor técnico da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, Seção Brasileira, para em seguida, já em 1998, engajar-se no exercício profissional da advocacia como advogado associado ao Machado, Meyer, Sendacz e Opice, do qual tornou-se sócio em 2001. Muito embora tenha se revelado um advogado extremamente preocupado com a organização da sua rotina profissional, Eugênio não deixou de ser também um grande sonhador, um pensador e criador do futuro, prevendo antecipadamente as mudanças que viriam afetar a profissão, projetando planos e estabelecendo metas a serem cumpridas.
Amigo e sócio leal que sempre demonstrou grande senso ético e profundo respeito pelos seus companheiros de trabalho, exercendo com freqüência a virtude da modéstia, rara nos dias de hoje, não é de se surpreender que Eugênio tenha se tornado, muito cedo, um líder de sua geração.
Por esse motivo, não foi difícil ao Eugênio formar em torno de si uma equipe fiel, altamente competente e dedicada de advogados e funcionários que hoje, mesmo ressentindo-se profundamente da ausência do grande comandante, respondem, com elevado nível técnico, pelo setor concorrencial do escritório. Já se disse que o verdadeiro líder é aquele que consegue transmitir conhecimentos e formar seus sucessores. Mesmo que Eugênio não estivesse imaginando nos deixar tão cedo, e essa decididamente não era a sua vontade, inconscientemente ele cumpriu sua missão: transmitiu conhecimentos e deixou Ao encerrar esta breve homenagem, lembramos trechos da sugestiva metáfora criada por uma brilhante advogada, amiga e admiradora do Eugênio, que no dia de sua morte comparou-o a uma estrela, dizendo:
“Há muito aprendemos que quando uma estrela morre, seu brilho e sua luz continuam, por vários anos, a acariciar os olhos e a alma dos homens. Nós conhecemos uma estrela! Tivemos o privilégio de conviver com ela, de aprender e de dividir momentos, de trilhar um caminho comum, de formar uma constelação maior. Hoje, de forma abrupta, revoltante e entristecedora, essa estrela morreu. Não sei, não sabemos, ninguém sabe porque as estrelas morrem. Apegamo-nos a um ser maior, Deus, e relutantes buscamos Nele a resposta, que continua obscura e distante. Certa vez ouvi também que a lógica Dele é diferente da nossa e que se Ele fecha uma porta, abre uma janela. Neste momento, acredito que a única coisa a fazer é deixar essa janela aberta para que o brilho e a luz dessa estrela que nos deixou continue a nos guiar pela árdua tarefa de acordar de manhã e seguir nossas vidas com duas únicas certezas: somos mortais e não prevemos o futuro.”