Petroleira chinesa Sinopec adquiriu, por US$ 7,1 bilhões, 40% da subsidiária da Repsol no Brasil. A empresa é sócia da companhia brasileira nos campos de Guará e Carioca, na área do pré-sal
RIO - Disposta a assegurar o suprimento de petróleo no longo prazo para a China, a petroleira estatal Sinopec anunciou ontem a compra, por US$ 7,1 bilhões, de 40% das operações brasileiras da espanhola Repsol, uma das principais parceiras da Petrobras nos campos do pré-sal. É o maior investimento chinês na América Latina.
O negócio foi fechado por meio de aumento de capital na filial brasileira, a Repsol Brasil. Todos os recursos serão investidos no desenvolvimento das descobertas de óleo e gás no País. Com a transação, a matriz espanhola ficará com 60% da companhia.
Entre os principais negócios da Repsol no Brasil, está a participação de 25% nos campos de Guará e Carioca, no pré-sal da bacia de Santos. Juntos, os campos contam com reservas preliminares de até 6 bilhões de barris - ao todo, o Brasil tem 14 bilhões de reservas provadas.
Nesses campos, a Repsol está associada à Petrobras (45%) e à British Gas. A Repsol buscava desde de novembro de 2009 um sócio capitalizado para bancar o pesado investimento nas descobertas do pré-sal. Por seu turno, a Sinopec busca investimentos ao redor do mundo para atender à acelerada demanda por petróleo na China e, assim, sustentar o crescimento econômico daquele país.
O negócio da Sinopec não é ganhar dinheiro. O que ela quer é garantia de fornecimento de petróleo no longo prazo, avalia David Zylbersztajn, ex-diretor-geral da ANP.
Para o advogado Ricardo Assef, do Machado, Meyer, Sendacz e Opice, que assessorou a Sinopec na operação, dois fatores influenciaram a decisão chinesa: diversificar seus investimentos após a crise global e garantia de acesso a commodities.
O diretor de comunicação e relações externas da Repsol, Alejandro Roig, disse que os recursos aportados pela Sinopec são mais do que suficientes para os investimento da companhia e serão usados também para desenvolver novos projetos.
MAIS AÇÕES
O conselho de administração da Petrobras decidiu ontem pela emissão de lote suplementar na megaoferta de ações, em razão do excesso de demanda. Serão distribuídas até 75.198.838 ações ordinárias (ON) e 112.798.256 preferenciais (PN), pelo preço de emissão de R$ 29,65 por ação ON e R$ 26,30 por PN, o mesmo valor definido na oferta. Desta forma, o lote suplementar corresponde a R$ 5,196 bilhões, o que eleva a capitalização da estatal a um total de R$ 120,248 bilhões. A opção do lote suplementar foi exercida integralmente pelo Morgan Stanley, um dos bancos coordenadores da oferta.
(Jornal do Commercio 02.10.2010)
(Notícia na Íntegra)