Por Sérgio
RodasO
presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, afirmou
nesta sexta-feira (28/11) que a solução para desafogar o Judiciário está no
incentivo a meios alternativos de solução de conflitos.“Temos que
sair de uma cultura de litigiosidade e ir para uma cultura de pacificação. E
isso será feito pela promoção de meios alternativos de solução de
controvérsias, como a conciliação, a mediação e a arbitragem”, disse o ministro
na reunião-almoço mensal do Instituto dos Advogados de São Paulo, ocorrida no
Jockey Club Cidade Jardim, na capital.Para
fortalecer seu argumento, Lewandowski (foto) citou a tese do
livro A pirâmide da solução dos conflitos, de Roberto Ulhôa Cintra.
De acordo com essa teoria, os conflitos de uma sociedade se inserem em uma
“pirâmide virtual”. As disputas que tratam de direitos disponíveis ocupariam a
base da estrutura, e deveriam ser resolvidas por instituições civis da
comunidade, como igrejas, clubes, associações comerciais, sindicatos, entre
outros. Dessa forma, o Judiciário se ocuparia apenas do topo da pirâmide, que
seriam os casos referentes a direitos indisponíveis e questões relativas ao
Estado.A Semana
Nacional da Conciliação, coordenada pelo Conselho Nacional de Justiça, do qual
Lewandowski também é presidente, tem um papel muito importante nesse processo,
disse o ministro. Na edição deste ano, que termina nesta sexta, já foram
firmados 130 mil acordos, no valor de R$ 1,3 bilhões — em números parciais.
Lewandowski inclusive contou os casos de duas conciliações que promoveu nesta
semana, uma entre a Caixa Econômica Federal e um cliente, e a outra entre um
casal recém-separado. De acordo com o presidente do STF, em ambos os casos, as
partes chegaram a um acordo e se sentiram satisfeitas.O
ministro também garantiu aos advogados presentes que a sua gestão no comando do
Supremo intensificará medidas para diminuir o número de processos. Lewandowski
estimou que o tribunal irá editar de 50 a 100 súmulas vinculantes até o fim de
seu mandato, e prometeu priorizar os casos de repercussão geral. Quanto a
esses, ele informou que, nos quatro meses em que está na presidência, o STF
reconheceu 45 casos desse tipo, o que liberou 40 mil processos nas instâncias inferiores.Entre as
personalidades presentes no almoço estavam José Horácio Halfeld Ribeiro
(presidente do IASP); Marcus Vinícius Furtado Coêlho (presidente do Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil); Marcos da Costa (presidente da
OAB-SP); Sérgio Rosenthal (presidente da Associação dos Advogados de São
Paulo); Marcelo Knopfelmacher (presidente do Movimento de Defesa da Advocacia);
Alberto Zacharias Toron (sócio do Toron, Torihara e Szafir Advogados); Antonio
Corrêa Meyer (sócio do Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados);
Ives Gandra da Silva Martins (professor emérito da Universidade Presbiteriana
Mackenzie); Luiz Flávio Borges D′Urso (ex-presidente da OAB-SP).Revista Consultor Jurídico Notícia na Íntegra