Um ranking divulgado ontem pela Thomson Financial sobre a participação de escritórios de advocacia em fusões e aquisições relacionadas a empresas brasileiras confirma a tendência de crescimento destas operações no Brasil. No ano passado, o escritório Pinheiro Neto, que liderou a lista de intermediações realizadas, esteve presente em 19 negociações anunciadas entre janeiro e agosto de 2006. No mesmo período deste ano, o número correspondeu a 28. Já o Machado Meyer participou de 16 negociações em 2006 e de 22 neste ano.
 
O sócio da área de fusões e aquisições do Pinheiro Neto, Alexandre Bertoldi, afirma que o escritório possui em andamento mais de 50 operações, de maior ou menor vulto financeiro, e das mais diversas áreas. Segundo Carlos Mello, sócio do Machado Meyer, uma grande contribuição para o crescimento de fusões e aquisições são os IPOs que têm sido realizados no Brasil, principalmente nos últimos 12 meses. Criou-se uma liquidez para as companhias que passaram por IPOs e que saíram em busca de oportunidades de investimento, afirma. Além disto, ele lembra do interesse dos fundos estrangeiros pelo Brasil e do bons ativos existentes no país. No momento, o escritório participa de onze operações de fusões e aquisições.
 
Apesar das últimas turbulências do mercado internacional, o advogado Paulo Cezar Aragão, sócio do Barbosa, Müssnich & Aragão, acredita que a área ainda tem boas perspectivas de crescimento. No ranking da Thomson, a banca aparece na terceira posição, com participação em 14 operações de fusões e aquisições anunciadas. Em 2006, foram listados apenas dois negócios.
 
A advogada Priscila Pacheco e Silva, sócia do Demarest e Almeida, acredita que o número de operações das quais o escritório participa deve dobrar até o fim do ano. Entre janeiro e agosto deste ano, a banca havia participado de 13 negócios, conforme o ranking. Segundo a advogada, nesta semana o escritório fechou mais três operações. No ano passado, o Demarest intermediou oito operações desta natureza.
 
Apesar das turbulências das últimas semanas, acredito que o mercado continuará aquecido, afirma o CEO do Tozzini Freire Advogados, Ricardo Ariani. Para ele, o faturamento da área consultiva da banca - que inclui as fusões e aquisições - deve crescer cerca de 25%. O escritório participou de onze operações neste ano.
 
(Zínia Baeta - Valor Econômico 11.09.2007)