Neste ano, duas empresas adquiriram regiões com concentração de minérios e uma companhia anunciou desenvolvimento de tecnologias para extração dos minerais; marco regulatório sai no segundo semestre.             O governo deve anunciar no segundo semestre a criação do marco regulatório para o setor de mineração, que vai definir também regras para exploração de terras raras. A expectativa de que o marco restrinja a ação das empresas nacionais causou uma corrida das companhias para adquirir terras onde haja concentração de minerais. Só neste ano, o escritório Machado Meyer Sendacz Opice assessorou duats empresas com capital nacional e patrimônio internacional na aquisição de terras raras. Outras 17 companhias solicitaram ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) autorização para fazer pesquisas sobre minerais e exploração de áreas. Durante todo o ano de 2009, foram apenas cinco pedidos de autorização.  As terras raras são um conjunto de 17 elementos químicos que ocorrem juntos na natureza. Eles são usados para a produção de imãs, telas de tablets, computadores e celulares, no processo de produção de gasolina, e em painéis solares. A China têm a maior concentração de terras raras, 90%, seguida pela Índia, 8%, e Brasil, com 2%. Por sua importância para a indústria, as decisões envolvendo terras raras são considerados estratégicas para os países.       A exploração desses minerais e altamente toxica e, ha anos, o Brasil deixou de investir em tecnologia para a extracao desses minerais. Mas com o potencial de reservas brasileiras e o aumento de precos de terras raras no mercado internacional, o negocio pode ser economicamente viavel para o país, diz Fernando Landgraf, diretor de inovacao do Instituto de Pesquisas Tecnologicas (IPT). O movimento financeiro do mercado mundial de terras raras subiu de US$ 1 bilhao em 2009 para US$ 11 bilhoes em 2011, segundo estudo da Consultoria McKinsey. As duas companhias assessoradas pelo escritório Machado Meyer compraram areas em Goias e Araxa, em Minas Gerais, principais regioes com concentracao de minerais.  Os movimentos recentes sao importantes e podem definir o futuro do negocio no pais. A extração pode nao ser tao rentavel, mas as operacoes de separacao quimica dos metais interessam a iniciativa privada, diz Liliam Yoshikawa, advogada do escritório Machado Meyer. Nova tecnologia Nesta semana, a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineracao (CBNM) anunciou que passou a produzir concentrados refinados de terras-raras em sua fabrica de Araxa. A empresa e lider mundial na producao de niobio e criou um metodo inedito no qual usa o rejeito gerado por essa atividade para extrair as terras raras. A fabrica piloto tem capacidade para produzir 1.000 toneladas de concentrados por ano, mas pode chegar a 3.000. Foi vencida uma etapa importante da tecnologia de refino de metais, diz Landgraf. No mes passado, a Vale e a Petrobras anunciaram a criacao de um protocolo de intencoes para tornar viavel a exploração de grandes jazidas de terras-raras, herdadas pela mineradora depois da compra de ativos da Bunge. Pelo acordo, a Vale exploraria a regiao e a Petrobras compraria os minerios para usar no refino de petroleo. A empresa canadense MbAC informou que vai explorar terras raras em Araxa. A companhia ja terminou as pesquisas geologicas e vai requerer ao DNPM o direito de exploração.   (Brasil Econômico 25.05.2012/Pg. 8) (Notícia na Íntegra)