Associações de construtoras que incluem empresas de médio porte esperam que, se houver estrangeiras em certames de concessão do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), as condições de financiamento sejam iguais.

  Uma das novidades da lei que instituiu o programa é a obrigatoriedade de divulgar os projetos em outros países.

 "Vai haver entrada de estrangeiras, e é preciso que estejam sujeitas à legislação brasileira de fio a pavio. O financiamento não pode ser discriminatório", diz José Carlos Martins, da Cbic (câmara da construção).

  A participação de empresas de fora é natural e só haverá problema se elas ocuparem um espaço excessivo, afirma: "Se uma chinesa tiver o equivalente ao que era da Odebrecht, não vai ser bom para ninguém".

 As empreiteiras estrangeiras devem fazer consórcio com as nacionais em um primeiro momento, diz Carlos Eduardo Lima Jorge, diretor executivo da Apeop (associação de obras públicas).

 "Afirmo isso depois de ter conversado com empresários italianos e portugueses."

 Infraestrutura foi um setor dominado por grandes empreiteiras com participação do BNDES, e isso dificultou a presença de empresas de outros países, diz Mauro Penteado, sócio do Machado Meyer.

 "É provável que, nesse estágio, o governo esteja mais interessado em investidores institucionais que na atuação de construtoras estrangeiras", diz o advogado.

(Folha de S. Paulo - 15.09.2016)

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