O mercado de fusões e aquisições no Brasil tomou fôlego no mês de março e fechou o primeiro trimestre com saldo positivo em número e valor de transações na comparação com o ano passado – tirando janeiro e fevereiro do vermelho. De acordo com o primeiro relatório trimestral de 2017 da Transactional Track Record em colaboração com a LexisNexis, foram contabilizadas 256 operações, um aumento de 6,22% sobre o volume do mesmo período de 2016.
Do total, 96 transações tiveram valores revelados que somam R$62,6 bilhões, um salto de 180%, que resulta em um montante superior a soma dos resultados dos primeiros trimestres de 2015 e 2016. As 30 operações de grande porte (maiores ou igual a R$500 milhões) registradas no período somam R$56,4 bilhões.
O subsetor Financeiros e Seguros esteve sob a mira dos investidores e movimentou 40 operações, 54% a mais que o mesmo período de 2016. Nos últimos três anos o setor de Tecnologia foi o que mais se destacou no mercado de fusões e aquisições brasileiro, mas em 2016 o setor Financeiro e Seguros já mostrava força, para ganhar destaque este ano. Na sequência estão os subsetores Internet, Tecnologia, Distribuição e Retail, que não apresentaram crescimento em relação ao ano anterior.
CROSSBORDER
No trimestre foram registradas 53 operações de crossborder inbound – empresas estrangeiras que compram brasileiras. Destas, 17 foram realizadas por companhias estadunidenses. Apesar de se destacar em relação a outras geografias, os Estados Unidos tiveram encolhimento de 15% no número de aquisições no Brasil na comparação com 2016. O pódio de valor de transações inbound é composto por China, Estados Unidos e Luxemburgo. Já no âmbito outbound, o Brasil registrou a compra de 12 negócios do exterior nos primeiros meses de 2017.
PRIVATE EQUITY E VENTURE CAPITAL
O cenário de private equity ainda não alcançou números positivos. Nestes meses foram registradas 14 transações, 56% a menos que 2016. Deste total, três transações reportaram valores que somam R$2,5 bilhões, um decréscimo de 54%. Os setores de Distribuição e Retail e Alimentar dobraram o número de operações de um ano ao outro.
Em contrapartida, as 38 transações de venture capital equivalem a um crescimento de 3%. Destas, 18 revelaram valores que somam R$483 milhões. O subsetor com mais operações foi Internet.
TRANSAÇÃO DO TRIMESTRE
A Merck, indústria farmacêutica com sede em Nova Jersey, Estados Unidos, concluiu a aquisição de 93% do capital social da brasileira Vallée, que havia sido anunciada no meio do ano passado. O valor da operação foi de R$1,2 bilhão.
Sediada em São Paulo, a Vallée é uma empresa farmacêutica especializada em medicamentos e vacinas para animais. A empresa tem em seu portfólio mais de 100 produtos, que incluem medicamentos contra parasitas e vacinas para animais de corte, cavalos e animais de estimação. A empresa também possui operações no Paraguai, Venezuela, México e Bolívia.
RANKING TTR DE ASSESSORIAS FINANCEIRAS E JURÍDICAS
A movimentação de fusões e aquisições neste primeiro trimestre de 2017 foi liderada pelo assessor financeiro Goldman Sachs, que obteve valor total de transações R$3,1 bilhões e contabilizou duas operações. Já o Banco Bradesco BBI foi líder em volume de transações, contabilizando sete no total dos três meses, que somam o montante revelado de R$3,05 bilhões.
No âmbito jurídico, destaca-se por valor das transações o escritório TozziniFreire Advogados, que acumulou R$8,6 bilhões. O maior volume foi assessorado pelo escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados, com 13 operações no trimestre.
O relatório do primeiro trimestre de 2017 do TTR traz um ranking inédito de Dealmakers. Entre os advogados que mais se destacaram no mercado de M&A brasileiros estão Francisco Eumene Machado de Oliveira Neto, da TozziniFreire Advogados, com valor acumulado de R$1,8 bilhão e Tito Amaral de Andrade, do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados, com volume de cinco transações nos três meses.
(Brandpress)
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