Todas as grandes operadoras de
telecomunicações - Claro, Oi, TIM e Vivo - devem participar do leilão para a
telefonia de quarta geração (4G), conforme expectativas de especialistas. Essas
empresas adquiriram o edital para aquisição de lotes da faixa de 2,5 gigahertz
(Ghz), para o 4G, e da faixa de 450 megahertz (MHz), voltada para banda larga
móvel rural. Oficialmente, entretanto, apenas Oi e TIM confirmaram. Por meio
das assessorias de imprensa, Vivo, Claro e Nextel afirmam que continuam
"avaliando ou analisando" o edital.
A entrega das propostas será na
próxima terça-feira, às 10 horas, em Brasília, e o leilão está marcado para o
dia 12 de junho.
Até esta sexta-feira, 21 empresas
haviam adquirido o edital, entre operadoras de telefonia e escritórios de
advocacia, segundo apurou a Agência Estado. Entre elas estão Americel, Cia
Telecomunicações do Brasil Central (CTBC), Claro, Copel Telecomunicações, CTBC
Celular, CTBC Multimídia Data Net, Telemar Norte Leste (Oi), TIM, Transit do
Brasil e Vivo.
É esperada ainda a participação no
leilão da Sunrise, empresa de TV paga gerida pelo bilionário húngaro-americano
George Soros e seu filho Robert, que recebeu na quinta-feira anuência prévia da
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A demanda da Sunrise foi
analisada rapidamente pela agência reguladora para permitir que a empresa
esteja apta a participar do certame.
"Os quatro lotes nacionais para
as subfaixas W, X, V1 e V2 devem ser todos adquiridos pelas grandes
empresas", diz o presidente da consultoria especializada em
telecomunicações Teleco, Eduardo Tude. Segundo ele, os lotes divididos pelas 67
áreas de DDD podem não ser todos vendidas no leilão. "Mas uma parte pode
ser comprada pela Sunrise e a Sky", prevê.
Oportunidade
Para o analista de telecomunicações
da Frost & Sullivan, Renato Pasquini, "de forma geral, as operadoras
estão dispostas a investir, já que pode ser o único leilão dos próximos
anos". Também analistas do Itaú BBA e Bradesco escreveram em relatórios a
clientes que as grandes empresas do setor devem participar do leilão do
espectro de 4G, caso contrário podem ficar fora dessa tecnologia.
As empresas que confirmaram interesse
no leilão ainda não revelaram de que forma participarão do processo. O diretor
financeiro e de Relações com Investidores da Oi, Alex Zornig, afirmou na semana
passada, em evento para investidores no Rio de Janeiro, que a empresa decidiu
participar, mas ainda faltava definir a estratégia.
Em recente encontro com o ministro
das Comunicações, Paulo Bernardo, em Brasília, o presidente da Telecom Itália,
Franco Barnabé, controladora da TIM, também confirmou que a empresa participará
do leilão da faixa de 2,5 gigahertz, mas se mostrou resistente em relação à
faixa de 450 megahertz (Mhz). "O edital é um só e estamos analisando como
vamos participar."
O ministro vem afirmando que o leilão
será palco de uma "disputa muito dura" entre as empresas de
telecomunicações. Para ele, a concorrência será grande principalmente nos lotes
de alcance nacional. Sobre os regionais, Bernardo abriu a possibilidade de que
haja, até o leilão, novas empresas interessadas.
Além das empresas de telefonia, os
escritórios de advocacia Azevedo Sette; Machado, Meyer, Sendacz, Opice e
Romano; Mundie e Advogados; Pinheiro Neto; e Rolim, Viotti & Leite Campos
Sociedade de Advogados adquiriram o edital.
(O Estado de S. Paulo 01.06.2012)
(Notícia na Íntegra)