Depois de meses de paralisia nas conversas com investidores, o advogado Mauro Penteado, sócio do escritório Machado meyer na área de infraestrutura, afirma que o bom humor começa a retomar nas mesas de negociações. Em janeiro, ele participou de um road show nos Estados Unidos e se surpreendeu com o interesse dos investidores: “Existe um otimismo natural em decorrência de um novo governo”. Para ele, esse movimento deve se intensificar com a aprovação da reforma da Previdência.

Até o ano passado, os investidores estrangeiros estavam receosos de tomar decisões de investimentos no Brasil. Esse cenário mudou? O sentimento geral em relação ao Brasil mudou bastante. Hoje existe um claro interesse dos investidores estrangeiros em investir no País. Estive recentemente em Nova York e pude constatar isso pessoalmente. Esse sentimento também é reforçado pelo aumento no volume de trabalho recentemente gerado no escritório por esse perfil de cliente. Estamos passando um momento muito positivo, como não víamos há anos, e a tendência é esse movimento se intensificar após a aprovação da reforma da Previdência.

A que se deve esse otimismo?

Existe um otimismo natural em decorrência de um novo governo eleito democraticamente, com capital político para aprovar as reformas. Além disso, a indicação de bons nomes para a área econômica, com um viés político claramente liberal e de mercado contribuiu para o aumento da confiança.

Os estrangeiros têm mais apetite por algum setor específico?

O setor de infraestrutura é sempre muito procurado, mas eles olham outras áreas também, como varejo. Não vejo restrição por nenhum segmento. O que eles procuram são bons negócios. Hoje há um real interesse pelo Brasil.

O sr. vê boas perspectivas para a retomada de investimentos este ano?

Sem dúvida, o governo Bolsonaro manteve boa parte da estrutura criada pelo (Michel) Temer em infraestrutura. O Programa de Parcerias de Investimento (PPI) não só foi mantido como teve sua atuação expandida. Como resultado, não houve descontinuidade no setor. Este mês teremos leilões relevantes de aeroportos, portos e ferrovia, o que contribuirá para a retomada dos investimentos. Isso sem falar nas oportunidades dos setores de energia, óleo e gás e telecomunicações, com a privatização da Eletrobrás e programa de desinvestimento da Petrobrás.

O Estado de S.Paulo
(Notícia na Íntegra)